O Bitcoin (BTC) enfrenta sua maior sequência de quedas desde 2016, quando Donald Trump venceu as eleições presidenciais nos Estados Unidos. O ativo digital perdeu força após uma tentativa frustrada de ultrapassar a marca histórica de US$ 100 mil, o que refletiu um esfriamento no entusiasmo especulativo que vinha crescendo com o apoio declarado do presidente eleito às criptomoedas.
Queda no preço e impacto no mercado
Nas últimas 24 horas, o Bitcoin registrou uma queda de 5,6%, sendo negociado abaixo de US$ 93 mil às 7h30 desta terça-feira (26). Esse movimento também impactou o mercado cripto como um todo, que havia crescido aproximadamente US$ 1 trilhão desde o dia da eleição nos EUA, mas agora mostra sinais de desaceleração.
Segundo Noelle Acheson, analista do boletim Crypto Is Macro Now, a incapacidade do Bitcoin de alcançar os US$ 100 mil pode sinalizar aos traders que o topo foi atingido, incentivando a realização de lucros. Apesar disso, ela ressalta que a queda deve ser “passageira” e não necessariamente uma mudança de tendência.
Aversão ao risco e fatores globais
Além da correção no mercado cripto, o cenário global também contribuiu para o momento de instabilidade. Trump gerou uma onda de aversão ao risco ao anunciar a possibilidade de novas tarifas contra China, Canadá e México. Isso abalou os mercados globais, fortaleceu o dólar e elevou a cautela dos investidores.
“Alguns traders estavam apenas esperando uma oportunidade para realizar lucros”, afirmou Adrian Przelozny, CEO da exchange Independent Reserve. Ele também demonstrou otimismo, acreditando que o sentimento positivo no mercado cripto deve continuar em 2025.
As promessas de Trump para o setor cripto
Durante sua campanha, Trump prometeu transformar os EUA no epicentro global das criptomoedas, defendendo regulações mais favoráveis e até mesmo a criação de uma reserva nacional de Bitcoin. Porém, analistas alertam que a implementação dessas mudanças pode levar tempo e enfrentar desafios significativos.
Jaret Seiberg, analista da TD Cowen, destacou que Trump terá controle imediato sobre a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) após sua posse em 20 de janeiro. Essa mudança pode ser benéfica para o setor, aliviando a fiscalização e criando um ambiente mais favorável à conformidade regulatória.
A postura favorável de Trump em relação às criptomoedas contrasta com sua visão anterior mais cética. Essa mudança ocorreu, em parte, devido ao apoio financeiro significativo que ele recebeu de empresas do setor durante a campanha.
Fluxos em ETFs de Bitcoin e sinais de correção
Após a eleição, aproximadamente US$ 7 bilhões foram injetados em ETFs de Bitcoin nos EUA, de acordo com dados da Bloomberg. Contudo, apenas na segunda-feira (25), esses fundos registraram saídas de US$ 438 milhões, um indicativo de que a demanda está começando a esfriar.
Tony Sycamore, analista da IG Australia Pty, classificou a recente queda do Bitcoin como uma “correção necessária”. Segundo ele, esse movimento alivia o nível de sobrecompra e não representa uma reversão de tendência. “Os mercados, inclusive o de criptomoedas, não sobem em linha reta indefinidamente”, explicou.
Conclusão: uma pausa no rali ou algo maior?
Embora o Bitcoin tenha enfrentado desafios recentes, analistas continuam confiantes no potencial de crescimento do mercado cripto, especialmente em 2025. Para investidores, o momento exige cautela, mas também pode oferecer oportunidades para entrar no mercado ou aumentar posições a preços mais atrativos.
Fique atento às atualizações, pois as políticas de Trump e as dinâmicas globais podem trazer novas reviravoltas ao mercado de criptomoedas.