O mercado financeiro é um ambiente extremamente dinâmico, impactado por mudanças econômicas, avanços tecnológicos e novas tendências de consumo. Um estudo recente do Boston Consulting Group (BCG), encomendado pelo Valor Investe, revelou as 25 ações que mais criaram valor globalmente nos últimos 25 anos, destacando o papel relevante das empresas brasileiras de alto desempenho no cenário internacional.
Ações que Mais Geraram Valor Entre 1999 e 2023
O ranking das ações com maior criação de valor é baseado no Total Shareholder Return (TSR), que leva em conta tanto a valorização das ações quanto a distribuição de dividendos. Entre 1999 e 2023, diversas empresas de diferentes setores se destacaram, cada uma agregando valor aos seus acionistas de maneiras únicas.
No topo da lista está o Fortescue Metals Group, mineradora australiana que alcançou um retorno médio anual de 46%. O sucesso da Fortescue se deve a investimentos estratégicos e ao aumento da demanda global por commodities, impulsionada pela ascensão da China entre 2000 e 2010.
Outras empresas notáveis incluem:
- Monster Beverage (EUA): fabricante de bebidas energéticas, com TSR de 32% ao ano, destacando o setor de consumo não-durável.
- Apple (EUA): a gigante da tecnologia registrou um retorno anual de 29%, impulsionada pela inovação de produtos como o iPhone.
- HDFC Bank (Índia): obteve um TSR de 27%, refletindo o crescimento robusto do setor bancário indiano.
- Banco ICICI (Índia): com um retorno de 26%, reforçando o desempenho crescente do setor financeiro na Índia.
Empresas Brasileiras em Destaque no Ranking Global
O Brasil também marcou presença no ranking, com três grandes representantes:
- Vale (6ª posição): a mineradora registrou um TSR de 26% ao ano, apesar dos desastres ambientais, beneficiando-se do boom das commodities.
- Petrobras (13ª posição): a estatal de petróleo alcançou um retorno anual de 22%, impulsionada por uma recuperação operacional eficiente.
- Itaú Unibanco (20ª posição): o banco obteve um TSR de 20%, mostrando a força do setor bancário brasileiro.
O estudo revela uma transformação nas empresas que dominam a geração de valor. No passado, empresas de petróleo e mineração lideravam, mas agora são desafiadas por companhias tecnológicas inovadoras. Após a bolha da internet, gigantes como Nvidia e Tesla têm mostrado retornos notáveis nos últimos anos.
Nos últimos cinco anos, as empresas brasileiras enfrentaram grandes desafios. Vale e Itaú Unibanco registraram desempenho mais modesto, refletindo as oscilações econômicas e a crescente concorrência. No entanto, a Petrobras mostrou resiliência e melhorias operacionais.
Veja lista completa:
Classificação | Empresa | País | Setor | Retorno (TSR) entre 1999-2023 (em % ao ano) |
1º | Fortescue | Austrália | Mineração | 46% |
2º | Monster Beverage | EUA | Consumo não-durável | 32% |
3º | Apple | EUA | Hardware de tecnologia | 29% |
4º | HDFC Bank | India | Bancos | 27% |
5º | ICICI Bank | India | Bancos | 26% |
6º | Vale | Brasil | Mineração | 26% |
7º | Fast Retailing | Japão | Moda e luxo | 25% |
8º | Alimentation Couche-Tard | Canadá | Varejo | 25% |
9º | Reliance Industries | India | Químicos | 24% |
10º | Southern Copper | EUA | Mineração | 23% |
11º | Lam Research | EUA | Hardware de tecnologia | 22% |
12º | Larsen & Toubro | India | Construção | 22% |
13º | Petrobras | Brasil | Óleo e gás | 22% |
14º | Novo Nordisk | Dinamarca | Farmacêutica de grande porte | 21% |
15º | UnitedHealth | EUA | Serviços de saúde | 21% |
16º | Regeneron Pharmaceuticals | EUA | Farmacêutica de grande capitalização | 21% |
17º | Amphenol | EUA | Componentes eletrônicos | 21% |
18º | ASML | Países Baixos | Hardware de tecnologia | 21% |
19º | Hermés International | França | Moda e luxo | 21% |
20º | Itaú Unibanco | Brasil | Bancos | 20% |
21º | Infosys | Índia | Software e serviços de TI | 20% |
22º | Adobe | EUA | Software e serviços de TI | 20% |
23º | CSL | Austrália | Farmacêutica de grande capitalização | 20% |
24º | Gilead Sciences | EUA | Farmacêutica de grande capitalização | 19% |
25º | O´Reilly Automotive | EUA | Varejo | 19% |
Oportunidades e Dicas para Investidores
Para quem busca novas oportunidades no mercado, focar em empresas inovadoras e adaptáveis pode ser uma estratégia inteligente. A diversificação do portfólio, por meio de ETFs e BDRs, é uma maneira de se expor a empresas internacionais com alto potencial de crescimento.
Dicas importantes para investidores:
- Diversificação: investir em diferentes setores e regiões para mitigar riscos.
- Análise de tendências: ficar atento a setores emergentes, como tecnologia e saúde.
- Foco em inovação: empresas que lideram em inovação tendem a ter maior potencial de crescimento a longo prazo.
Conclusão
O estudo do BCG ressalta que, mesmo diante de desafios econômicos e de mercado, o Brasil mantém uma posição estratégica na criação de valor global. Empresas nacionais, como Vale, Petrobras e Itaú Unibanco, continuam a desempenhar um papel relevante no cenário internacional. Para investidores, o caminho para maximizar retornos a longo prazo envolve estar atento às mudanças do mercado, priorizando empresas que demonstram capacidade de inovação e adaptação. A diversificação e o acompanhamento de setores emergentes são fundamentais para construir um portfólio robusto e resiliente em um ambiente financeiro em constante evolução.